O valor do perdão
"In my silence I would love to forgetBut restitution hasn’t come quite yet
And with one accord I keep moving forth
I stretch my heart to heal some more
It used to be all I want to learn
Was wisdom trust and truth
By now all I really want to learn
Is forgiveness for you
As my seasons change I’ve now grown to know
When one’s heart creates, one’s soul doesn’t owe
So I wash away stains of yesterday
Then tempt my heart with loves display"-Forgiveness, Collective Soul
Os últimos dois anos na minha vida têm sido no mínimo únicos. Sob o ponto de vista optimista posso dizer que têm sido tempos de grande aprendizagem e de grandes transformações. Algumas máscaras caíram, outras descobriu-se existirem, mas como sempre os verdadeiros amigos fincaram pé e mantiveram-se a meu lado. Nem que fosse para partilhar silêncio no burburinho que ensurdecia o meu cérebro.
"Perdão" tem sido uma palavra bastante recorrente quando certos temas surgem à superfície. Isto deu-me que pensar no verdadeiro significado da palavra e como a usamos sem sequer medir consequências. Logicamente, tendo sido criada numa família cristã, desde miúda que ouço aquela ladaínha "errar é Humano, perdoar é Divino". Sim....Pois....'Tá bem...! A Bíblia também nos diz para dar a outra face aos nossos inimigos, mas eu não vou andar por aí a levar bofetadas pela rua abaixo de cada vez que encontrar alguém que não gosta de mim!
É realmente fácil perdoar... Quando nos dão um encontrão na rua, quando um amigo faltou a um encontro, até mesmo quando um carro nos passa por cima do pé! Mas não estará o Perdão a ser algo banalizado? Porque é realmente fácil perdoar palavras ou acções que nos atingiram só de raspão. Mas e quando é mais do que um raspão? E quando as palavras ou acções abrem feridas que dificilmente algum dia serão possíveis de cicatrizar? É suposto perdoar?
Tenho sido algo criticada pelas ideias que exponho neste blog. Já me chamaram de megera (!), mas eu sei que essa foi a brincar. A que tem surgido mais é a das "teoriazinhas feministas". Sabem o que respondo? Eu perdoo! Porquê? Porque não me afecta na minha esfera interior. Digamos que não é suficiente para perfurar a minha bolha! =)
Consigo levar tudo isto na boa. Consigo brincar tanto com situações passadas como com situações futuras. Mas não com todas. Porque se houve algo que aprendi é que o meu Perdão não é elástico. É muito precioso, pelo menos o suciente para alguma pessoas nunca o terem.
Não espero Castigo para quem errou comigo. Só sonho com um pouco de Justiça, com o dia em que alguém desperta e realmente acorda para a vida. Que olha para o passado e compreende tudo o que nunca devia de ter feito, que encara o Futuro como um adulto ciente de responsabilidades e deveres... E ciente dos sentimentos dos outros também. Podemos ser carneirada, mas não somos bonecos! Como alguém mais sensato que não se agarra à ideologia do Perdão para sair impune de todos os erros que queira cometer. Afinal o Perdão está sempre lá, não é?
Eu já fiz tudo isso, já passei por esse Despertar. Tomei consciência dos meus erros e espero não os cometer de novo. Pelo menos estou mais ciente da minha própria estupidez humana, o que à partida me torna mais cautelosa. E só ao fim de todos estes anos eu pensei em Perdão pela primeira vez... E encontrei apenas uma pessoa que não o merece. Devo ser sortuda! Quantos de nós podemos dizer que existe apenas UMA pessoa assim?
Tudo o que me preocupa neste momento é Viver. Não quero magoar ninguém, não quero que ninguém me magoe, mas recuso-me a baixar a cabeça ao que eu entendo estar errado. Também já não me preocupo se acham certo ou errado tanto esta minha teoria do perdão como as minhas "teoriazinhas feministas". Damos muita coisa como garantida. Talvez se perdêssemos alguns privilégios, déssemos mais valor a tudo quanto os poetas e filósofos sonhavam...
Errar é Humano, perdoar é Divino. Se eu fosse fazer um silogismo com esta frase a conclusão é que eu chego é que sou Humana. O Divino que perdoe!
posted by Sooni @ 12:23 da manhã
10 Comments:
Pois.....essa onda do perdão dá que pensar a alguns...a outros nem tanto......n porque n considero o tema importante....mas porque simplesmente não me apetece concordar em alguns pontos ctg...lol
Falando dessa referência às "teoriazinhas feministas" eu reafirmo q elas estão patentes no teu discurso....sabendo os riscos que corro....lol
Hasta
Gonçalvez
Pois...Algures por nesse teu discurso está algo coerente, é só preciso procurar bem! Lol!
Eu sei que tu adoras discordar de mim, mas só pelo facto de finalmente teres comentado 1 post meu, eu vou "perdoar" a tua diarreia verbal! =)
Jinhos grandes
Susana xx
Olá Sooni!
Antes de mais quero dizer que o teu blog só aumentou ainda mais a curiosidade que tinha sobre a tua pessoa. Gosto da forma como escreves, ou melhor, da forma como consegues expressar pela escrita o que pensas.
Relativamente ao que escreves sobre a questão do "perdão". Não é algo que me preocupe muito, ou com a qual perca muito tempo a pensar. (Porque será?)
Começando pelo principio, o que é que leva à necessidade do perdão? O outro! Mas o outro não é mais do que alguém como eu, como tu, como nós. Se fez o que fez foi porque teve uma razão para isso. Se fez rompendo os principios que julgávamos que tinha foi porque fizémos uma avaliação errada ou porque algo de forte o levou a fazer. Todos procuramos a felicidade e o não sofrimento, por isso, se o fez foi na procura daquilo que também queremos para nós. No entanto cabe-nos a nós avaliar a capacidade que essa pessoa tem para nos acompanhar em projectos futuros e a amizade é um projecto.
Julgo que devemos avaliar, comprender e confiar, ou não. A amizade é a confiança e a traição é um corte na confiança. Deixar de ter a confiança é um preço já muito elevado para quem trai.
Poderá haver remanescências de outros problemas com o perdão. Normalmente complica-se quando mete paixões à mistura. Parte de nós quer perdoar para fazer vontade ao desejo de estar com, mas no entanto, racionalmente não conseguimos arranjar razões lógicas para o fazer. Por isso é que se pensa tanto nisso. Tentamos relativizar, arranjar alternativas e batê-mos sempre na mesma tecla para ver se aquilo não se torna tão importante, para que a vontade pessoal ceda e lá se possa dar o perdão e obter a tão desejada força própria para tirar do caminho as aparentes barreiras que nos separam de quem estamos apaixonados e por fim perdoar.
Concretamente, tu, encalhas profundamente na praia da traição e o perdão parece-te uma ilha distante cujo percurso até lá é pavoroso. O que te faz ser assím não sei. Se viveres bem com isso assume-o como característica. Se não viveres bem com isso, olha bem à tua volta e tenta perceber a origem da diferença. Depois é uma questão de escolha...
Grande beijinho!
LinoS
Ora viva! Bem...eu já pensava que o blog nunca mais andava, mas suponho que deve ter sido pelas mesmas razões que o meu também anda meio parado, exames e etc? Pois é...mas felizmente eu já terminei os meus, e já posso fazer a ronda pelos blogs, e a ver se me lembro de adicionar o teu blog, embora já tenha reparado que tens mais duas amigas contigo, assim já tem mais interesse, há mais pontos de vista (não estou a dizer que o que tu escreves é enfadonho, mas é sempre bom haver variedade).
Agora quanto ao post, é uma coisa muito complicada isso do perdão, eu também já estou numa fase que acho que já presenciei todas as cenas infantis e desleais que algumas pessoas mais próximas de mim fazem, algumas dessas pessoas que considerei amigas. Eu não me rejo pela Bíblia, sou ateu convicto, e isso do perdoar é divino é uma forma de cativar as pessoas para a religião e etc...para mim perdoar é não ter vontade de partir a cara à outra pessoa (isto foi a primeira coisa que me ocorreu) por isso ficamo-nos por ali, e todos ficam contentes. Quanto ao errar é humano, é verdade em todos os aspectos, mas se completarmos com "errar demais é desumano e errar sistematicamente é desonesto" já dá que pensar. Eu não sou uma pessoa perfeita, e sinceramente não quero ser, mas uma coisa que já não permito é que me tentem enganar, lixarem-me a vida, entre outras sacanices. O meu lema eu diria que é "Perdoar, talvez...esquecer,nunca!", o meu talvez anda muito perto do nunca, saliente-se, e a parte de não esquecer é mesmo para fins auto-didácticos, nesta situação o meu sentido de justiça é quase para o draconiano.
Eu não penso que o teu blog seja feminista, até ver tens abordado problemas que afectam tanto homens como mulheres.
Beijos
P.S.- eu falo do ponto de vista geral, mas agora acho que a parte de "não querer partir a cara à outra pessoa" está um bocado pesada...talvez não ter vontade de se chatear a sério, mas também eu sou uma pessoa que raramente se irrita, só com uma atitude realmente estúpida, ou atitudes reincidentes que chega a uma altura que já não posso ver a pessoa à frente.
Dark, em relação ao teu Ps...
Eu tava a falar metafóricamente, boa? Lol!
Também não ando por aí a armar estrilho com tudo e com todos... Evito certas coisas, mas se me levarem ao extremo (e é preciso muito) não digo que parta para a violência, mas também não levo desaforos para casa!=)
Sim é preferível responder logo que ir para casa com certas coisas "entaladas" na garganta, até breve ;)
WTF????!!!! =\
Mas ké isto pá? A encher o meu blog de publicidade agora? Ai o pi....!!!!! :@
Alguém sabe como apagar isto?
hmm não sei como funciona o layout das novas contas do blogspot(eu quando registei o meu blog, registei-me num sistema de comentários externo), mas penso que dá para gerir os comentários, se não der para banir os ip's ao menos apagam-se os comentários e evitas ler essa tamanha treta...e julgava eu que às vezes exagerava no tamanho dos meus comentários,
boa sorte nisso e até à próxima
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