sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Os Submissos

" The meeting of two personalities is like the contact of two chemical substances: if there is any reaction, both are transformed"- Carl Jung

Tanto homens como mulheres já viveram relações em ambos os lados da moeda. Nalgumas dominamos, noutras somos dominados. É a natureza das coisas. Mas por vezes a natureza da "ralação" é diferente de tudo o que já vivemos. A falta de experiência assusta sempre quando nos deparamos com um caminho totalmente novo à nossa frente. É forte o receio de não estar à altura, que a imaturidade destrua algo que poderia ser realmente transcendental. Talvez seja esse "susto" que nos faz ficar viciados nessa relação. Sentirmos todo o corpo a vibrar de vida a cada pulsação.

Já falei anteriormente da Teoria dos 7%... Foi essa que invadiu a minha vida. É estranho como a nossa perspectiva se torna completamente diferente quando não a observamos como meros espectadores; quando somos forçados a respirá-la e aceitá-la como parte do nosso dia-a-dia.

Quem nunca sentiu os joelhos a tremer ao olhar pela primeira vez para "aquela" pessoa em particular levante o braço! Pois, bem me parecia! Uns mais cedo, outros mais tarde, todos já vimos relampejar, alguns fomos mesmo atingidos pelo relâmpago! A altura em que nos sentimos mais vivos.

Independentemente dessa pessoa fazer parte dos 7% ou não, aquilo de que eu hoje queria falar está relacionado, mas é diferente. Tenho-me apercebido que nem tudo passa com a idade. Os anos nem tudo ensinam, a vida nem tudo esclarece.

Tenho sido defrontada com a realidade de relações algo diferentes. Tudo bem, já aceitei que somos quase todos fast-food, que a maioria da população é simplesmente carneirada, que procuramos integrar os 7%, mas nem sabemos quem ou como são.

Mas o que é que faz um ser humano racional e inteligente permanecer numa "ralação" que não traz quaisquer benefícios? Se enquanto um se encanta o outro se desencanta, algo está errado desde o princípio. Tenho visto e aprendido que um dos maiores problemas das mulheres no geral é que ouvem, mas não escutam. Ignoramos os sinais, tanto os óbvios como os subliminares, tudo para não enfrentar o óbvio quando é contrário ao que queremos.


O que também noto cada vez mais é que os homens têm um sentido mais práctico das coisas enquanto que as mulheres tendem a "dourar a pílula". A insistência em tornar uma atitude feia e injusta em algo romântico.

Pensamento Feminino-"Ele já não me dizia nada há 2 semanas, mas telefonou ontem para ir ter a casa dele porque estava cheio de saudades minhas"

Pensamento Masculino- "Há 2 semanas que não dou uma queca, deixa lá ver se arranjo acção para hoje"

Pensamento Feminino-"No quê que estás a pensar?"

Pensamento Masculino-"Porra, mas será que não tenho um minuto de sossego?"

Pois é, mas tal como nas "brincadeiras" mais "adultas", o Submisso detém sempre o poder sobre a relação, mesmo que muitas vezes não saiba. Dele depende a palavra de segurança que pode parar com toda a engrenagem da "ralação". Porquê que então homens e mulheres se submetem sempre ao mesmo? Será possível que certas coisas não se aprendem com a idade? Basta a situação apresentar-se de outra forma para não conseguirmos discernir o que vai acontecer por experiências passadas?


"No one can make you feel inferior without your permission"- Elenor Roosevelt